Tropa Sênior Guia Lopes 002/RS

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sexta-feira, 5 de setembro de 2008

Orientação - Cartas Topográficas

Muitas vezes as pessoas se vêem às voltas com problemas simples de localização, como ter de ir a algum lugar sem conhecer o caminho. É o que acontece, por exemplo, quando se vai visitar um amigo pela primeira vez. Geralmente o problema pode ser resolvido com algumas indicações verbais acerca das ruas a percorrer, onde se dobra à esquerda ou à direita etc. Às vezes, no entanto, se a casa é longe e o percurso complicado, isso pode não ser suficiente. A solução, nesse caso, é pedir ao amigo que desenhe um roteiro: então, numa folha de papel, ele assinala o lugar onde se está e o lugar onde se quer ir, traça o percurso das diversas ruas - com os respectivos nomes, para melhor reconhecimento - e relaciona, se houver, os pontos de referência mais importantes, como praças, monumentos ou edifícios públicos. Com essas indicações, torna-se bem mais fácil chegar ao destino.

O que são
Ao traçar o caminho de sua casa numa folha de papel, na verdade a pessoa desenhou, em dimensões reduzidas, uma pequena parte da superfície terrestre. Para facilitar a orientação, a folha indicava, de modo simples mas completo, as principais características da zona onde se encontrava o endereço buscado. Na prática, aquele simples roteiro constitui uma carta topográfica. Os mapas ou cartas topográficas são desenhos que representam partes da superfície terrestre, em dimensões reduzidas. Seu próprio nome os define claramente: em grego, ghé significa Terra e graphya significa desenho ou escrita. Carta topográfica, assim quer dizer "carta do desenho da Terra".

Como são feitas
As cartas topográficas tornam-se instrumentos indispensáveis em muitas ocasiões: para orientação em territórios desconhecidos, para conhecer as características de regiões longínquas, onde não se pode ir pessoalmente, ou para conseguir uma visão de conjunto de territórios muito extensos. Para simplificar a consulta, a elaboração das cartas topográficas obedece a regras bem precisas, adotadas internacionalmente e aplicáveis a todo tipo de carta - desde as que representam territórios muito pequenos até as que compreendem toda a superfície da Terra. Ao olharmos uma carta topográfica vemos uma infinidade de linhas que cobrem o mapa, sem jamais se cruzar e muitas vezes não entendemos qual o sentido daquilo. Iremos explicar o que é cada tópico e sua finalidade, para que você saiba identificar vales, montanhas, divisores de água e outros.

Curvas de nível
São linhas que ligam pontos, na superfície do terreno, que têm a mesma altitude (cota). É uma forma de representação gráfica de extrema importância. A planimetria possui uma forma de representação gráfica perfeita, que é a planta (projeção horizontal). Nela, os ângulos, aparecem com sua verdadeira abertura e as distâncias exatas, naturalmente reduzidas pela escala do desenho. Enquanto isso, a altimetria só conta com a representação gráfica em perfil (também chamado de vista lateral, vista em elevação, corte etc). Mas o perfil só representa a altimetria de uma linha (seja reta, curva ou quebrada) mas não de uma área. Então a visão geral fica altamente prejudicada, pois precisaríamos de um número imenso de perfis do mesmo terreno em posições e direções diferentes, para termos uma visão panorâmica e nunca poderíamos visualizá-los todos ao mesmo tempo.

As curvas de nível serão representadas na planta abrangendo uma área, o que permite ao usuário uma visão imaginativa geral da sinuosidade do terreno. Observando uma planta com curvas de nível, se é capaz de visualizar os vales, grotas, espigões, divisores de água pluviais, terrenos, terrenos mais íngremes ou menos acidentados, terrenos mais sinuosos (acidentados) e menos irregulares, elevações etc.


Direção e Azimute
Finalidade - As distâncias e as direções são empregadas para locar pontos ou objetos sobre o terreno ou sobre uma carta em relação a pontos conhecidos. A distância é medida a passo ou estimada, conforme o grau de precisão desejado. Para finalidades militares, a direção é expressa, sempre, por um ângulo formado com uma direção base fixa, ou facilmente determinável.

Unidade de Medida Angular - O valor de um ângulo é expresso em grau ou milésimos.

Direção Base - Direção entre dois pontos é expressa por um ângulo do qual um dos lados é uma direção base. Existem três direções base, a saber: As do Norte Verdadeiro ou Geográfico; Norte Magnético e Norte da Quadrícula representados respectivamente por NG, NM e NQ.

1) Direção do Norte Verdadeiro ou Geográfico (NG)A direção do norte verdadeiro ou geográfico é empregada em levantamentos, quando se deseja grande precisão. Os meridianos de uma carta, representam as direções do norte e do sul verdadeiros.
2) Direção do Norte Magnético (NM) A direção do norte magnético é indicada pela ponta "N" da agulha da bússola, veja matéria sobre bússola.
3) Direção do Norte de Quadrícula (NQ)O norte de quadrícula é indicado pelas verticais das quadrículas, geralmente feitas nas cartas topográficas.
Diagramas de Orientação
As cartas topográficas têm um diagrama de orientação impresso na margem. Tal diagrama contém três direções indicando o norte verdadeiro, o norte magnético e o norte da quadrícula. Os ângulos entre essas direções são traçados com precisão e podem ser utilizados para trabalhos gráficos na carta. Pelos motivos dados a seguir os diagramas de orientação devem ser verificados, pela medida, antes de utilizados para esse fim; em certas cartas, em que a declinação ou a convergência são muito pequenas, o diagrama tem tamanho exagerado. Nas cartas do Serviço Geográfico do Exército, os ângulos de declinação e convergência são referidos em graus; portanto, é de toda conveniência, ao trabalho com milésimos, fazer a transformação do valor destes ângulos e anotar no diagrama.

Declinação Magnética e Convergência de Meridianos
1) Declinação Magnética Generalidades - Os ângulos formados pelas direções do norte verdadeiro com as do norte magnético e norte da quadrícula são chamados respectivamente declinação magnética e convergência de meridianos. Declinação Magnética - é o ângulo formado pelas direções norte verdadeiro e norte magnético. Nos locais onde a ponta da agulha da bússola estiver a leste do norte verdadeiro, a declinação magnética será leste. Onde a ponta da agulha estiver a oeste do norte verdadeiro e o magnético coincidirem, a declinação será zero. A declinação magnética, em qualquer localidade, está sujeita a uma variação cujo valor é dado em tabelas, como as do Anuário do Observatório Nacional. Essa variação é normalmente dada com o respectivo sentido para evitar confusão, veja matéria sobre bússola que está pendurada no link Dicas.
2) Convergência de MeridianosConvergência de Meridianos ou simplesmente convergência, é a diferença, em direção, entre o norte verdadeiro e o norte da quadrícula. Ela é variável para cada carta. Na realidade, ela varia nos diferentes pontos de uma carta qualquer.
Ângulo QM
A carta topográfica tem um diagrama que contém as três direções indicando o Norte Verdadeiro (NV), o norte Magnético (NM) e o Norte da Quadrícula (NQ), ou seja, as direções base. O ângulo entre as direções do NQ e NM é chamadoângulo QM. Vamos supor que a carta de 30' no ano em que a carta foi confeccionada fosse de 1975, e sabendo que a declinação magnética cresce 3' anualmente, é possível calcular a declinação atual (2001) dessa região :Cálculos: 2001 - 1975 = 26 anos ; 26 x 3' = 78' = 1º 18'declinação atual = 16º 30' + 1º 18' = 17º 48'

Azimutes
São ângulos horizontais no sentido do movimento dos ponteiros do relógio, a partir do Norte Magnético, do Norte Verdadeiro e do Norte de Quadrícula.
Na ilustração você poderá visualizar melhor uma carta topográfica, basta você saber se ela representa um fragmento de carta topográfica ao lado de uma representação em perspectiva da região representada na carta:
Para facilitar a compreensão da ilustração, colocamos uma trilha em nosso pedaço de mapa. Ela é representada pela linha tracejada e está também na perspectiva. Descrevemos como seria caminhar por essa trilha usando palavras do jargão topográfico. Considere que a diferença de altura entre os pontos de cada linha é de 20m. Nossa trilha inicia subindo 320m por uma crista (espigão, cumeeira, ou divisor de águas), segue em nível desviando para a esquerda, desce 40m, continua em nível desviando mais ainda para a esquerda e então sobe 240m até o pico. Quanto mais próximas estiverem as curvas de nível uma das outras, maior será a inclinação do terreno e vice-versa. Para saber se várias curvas mais ou menos concêntricas representam um pico ou uma cratera, basta observar as indicações de altitude espalhadas pelo mapa. Além disso, os picos costumam ser sinalizados com uma "cruzinha", e as crateras não são coisas muito comuns.

Diferenciando as Linhas de uma Carta
Para diferenciar cumeeiras de fundos de vales, além das indicações de altitude há também linhas finas e contínuas que cortam as curvas de nível e representam riachos que estão, obviamente, no fundo dos vales. As linhas retas que cortam o mapa na horizontal e na vertical chamam-se quadrículas e serão a referência para posicionar o mapa com a bússola, como veremos adiante. As linhas de quadrícula verticais apontam o norte acima, de onde se deduz que o sul fica abaixo, e que as quadrículas horizontais tem o leste à direita e, portanto, o oeste à esquerda. Na verdade, as linhas tem um pequeno desvio dessas direções causado pelo fato de representarem num plano uma superfície que é esférica, mas é um desvio de menos de três graus, insignificante num trajeto pequeno. Para posicionar o mapa corretamente basta colocá-lo no chão plano com a bússola em cima.

Entendendo a Escala
Depois de descontada a declinação magnética é só girar o mapa embaixo da bússola até que as linhas de quadrícula verticais alinhem-se com a linha do norte na caixa da bússola. Nas convenções das cartas topográficas, duas das informações mais importantes são a eqüidistância das curvas de nível e a escala. Os mapas topográficos mais utilizados em montanhismo são os do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), em escala 1:50.000 e eqüidistância das curvas 20m. A eqüidistância das curvas é simplesmente a distância vertical entre elas, ou seja, isso significa que nos mapas 1:50.000, onde esta medida é 20m, temos que cruzar 5 curvas para subir ou descer 100m e assim por diante. A escala é a relação entre o tamanho do mapa e o tamanho real da área representada. No caso das cartas 1:50.000, cada km do terreno real é representado por 2 cm no papel. Ter esta noção é fundamental para a navegação e para encontrar no terreno real o relevo representado no papel e vice-versa.


Um bom meio para deduzir, por exemplo, se determinado ponto de uma crista vai ou não aparecer no mapa, é calcular mentalmente seu tamanho e lembrar que, na escala 1:50.000, 1 mm representa 50m de terreno real, ou seja, um ponto marcado a lápis no mapa pode estar cobrindo uma área real de 25m de raio.
O melhor jeito de aprender a lidar com bússola e mapas é treinar em locais que você já conheça, até saber utilizar corretamente esses materiais. Quando os resultados de suas navegações estiverem sempre dando certo, aí sim, você estará apto a confiar nesses instrumentos para sua orientação nas matas e montanhas.
Todo mapa traz um espaço onde estão as convenções, que são as informações sobre os sinais e cores usados para representar estradas de asfalto ou terra, trilhas, linhas de trens ou de transmissão de energia, entre outros.
Fonte GPS Global

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